Em uma decisão que movimentou o mercado de criptomoedas, a empresa Circle congelou cerca de US$ 57,65 milhões em USDC de duas contas associadas ao projeto da memecoin LIBRA. A medida foi tomada após uma ordem de restrição temporária emitida por um tribunal federal de Manhattan, nos Estados Unidos.
O congelamento ocorreu no contexto de uma ação coletiva que acusa os criadores da LIBRA de promoverem um esquema fraudulento conhecido como “pump-and-dump”, onde o preço do ativo é artificialmente inflado para depois ser vendido com lucro, deixando investidores com grandes prejuízos.
As carteiras congeladas estão na blockchain Solana e possuem saldos significativos: uma com US$ 44,59 milhões e outra com US$ 13,06 milhões em USDC, a stablecoin lastreada em dólar. Segundo a ação movida pelo advogado Max Burwick, os fundadores da empresa Kelsier Ventures Gideon, Thomas e Hayden Davis teriam usado a memecoin para atrair investimentos fraudulentos, desviando mais de US$ 100 milhões de pools de liquidez.
O caso ganhou repercussão internacional após a memecoin LIBRA alcançar uma capitalização de mercado de US$ 4 bilhões, impulsionada por um post nas redes sociais do presidente argentino Javier Milei, em fevereiro deste ano. Contudo, o preço do token despencou cerca de 94% após denúncias de irregularidades.
Além do impacto no mercado, o episódio gerou uma crise política na Argentina, com tentativas de abertura de um processo de impeachment contra Milei, que não prosperaram. A próxima audiência está marcada para o dia 9 de junho, quando o tribunal decidirá se os ativos permanecerão congelados durante a continuidade do processo judicial.
O caso evidencia não apenas os riscos associados ao investimento em memecoins, mas também o papel de atores reguladores e de empresas como a Circle, que possui autoridade para bloquear ou congelar ativos, conforme políticas internas e determinações legais.